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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Primeiro a luta de classes? (Kátia Cajá)

Você realmente acha que, resolvendo a questão econômica, acaba o patriarcalismo, o racismo e a homofobia? Os homens de esquerda mentem. Dizem que sem focar nela, as opressões não são superadas. Mentira. O capitalismo tá aí firme e forte e já conquistamos nele mesmo direito a divórcio, participação política, em muitos países ao aborto e casar a com outra mulher, e a violência doméstica foi criminalizada. O que não mudou foi a exploração da burguesia sobre as mulheres trabalhadoras. Sendo eu mesma uma trabalhadora, sou anticapitalista. Mas o feminismo liberal tá aí avançando a passos largos. Os marxistas precisam incorporar os avanços que as feministas materialistas trouxeram urgentemente, ou as mulheres operárias e camponesas vão ficar eternamente abandonadas. Ou então, como eu estou agora, lutando irmanadas em organizações feministas, mas sem a potência que poderíamos ter se fossemos admitidas nas organizações mistas. Infelizmente as organizações marxistas incorporaram um discur

John Berger sobre o nu na arte europeia

John Berger (1926-2017) foi um crítico de arte marxista inglês. Essa tradução é do terceiro capítulo do seu livro mais conhecido, Modos de Ver , e é uma síntese entre o marxismo e a teoria feminista, aplicada na análise da arte. Eu traduzi a partir da versão em castelhano . Infelizmente, não consegui encontrar todas as imagens do original, mas tentei selecionar as imagens de forma a manter os exemplos do que ele argumenta. Bacante recostada. Trutat, 1824-1848 De acordo com os costumes e convenções, que finalmente estão sendo questionados, mas que não estão em nada superados, a presença social de uma mulher é de um gênero diferente da do homem. A presença de um homem depende da promessa de poder que ele encarna. Se a promessa for grande e crível, a sua presença será chamativa. Se for pequena ou sem credibilidade, o homem verá que a sua presença é insignificante. O poder prometido pode ser moral, físico, temperamental, econômico, social, sexual... mas o seu objeto é sempre exte