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Mostrando postagens de 2015

A extrema-esquerda contra a sua base

Escrito por Kátia Cajá e Rodrigo Silva Como trotskistas, temos imensa preocupação com o que nos parece uma tendência de desintegração das organizações de extrema-esquerda, processo esse que se acelera desde a crise de 2008. Mas primeiro, o que estamos chamando de extrema esquerda? Uma definição formal diria que são as organizações socialistas que não aceitam as regras da democracia parlamentar e que, portanto, usam principalmente meios extraparlamentares de luta. Mais especificamente, eu estamos falando das organizações políticas de extrema esquerda, e não dos movimentos sociais. É um campo que vai de setores do PSOL, passando pelo PCB, PCR, PSTU até as seitas marxistas-leninistas, trotskistas, maoístas e anarquistas, além dos poucos e pequenos grupos não afiliados a nenhuma dessas correntes. (Nem todo grupo pequeno é uma seita, para ter a "honra" de ser chamada assim, a organização deve se considerar a detentora da Única Política Correta, intervir no movimento p

Três notas sobre a revolução em “O Reino deste mundo” e “O Cerco”, de Alejo Carpentier - (I)

Eu gostei muito de O Cerco , e pude reler também O Reino deste mundo , do cubano Alejo Carpentier. O Reino deste mundo , em particular, tem um valor sentimental pra mim, porque a gente leu (Elaine, Renata, Jobson, Antônio, Rafael e eu) esse livro num grupo de estudo em 2002-2003, junto com Jacobinos Negros , do C. L. R. James e O Curto Verão da Anarquia , do Hans Magnus Enzensberger, logo quando eu tava rompendo o anarquismo. O Cerco acontece durante uma execução da Eroica , do Beethoven, então também não tem como não gostar. Eu achei os livros interessantes também (são duas obras-primas), lendo agora, porque o Carpentier, sendo uma espécie de nacionalista revolucionário, fala sobre os movimentos revolucionários (em O Cerco , a luta contra a ditadura Machado em Cuba, em O Reino deste mundo , sobre a revolução haitiana) levantando sempre várias concepções alienadas que se reproduziram nas cabeças de muita gente da esquerda não só da América Latina. Aí, eu vou falar de três

Debate: Anarquismo, Racismo e Revolução Negra

Meus agradecimento ao pessoal da FARJ! O evento no facebook é esse aqui

Apropriação cultural e racismo culturalista

Tinariwen, blues berbere Escrito junto com a Tatiana Costa Esse texto é o resultado de uma reflexão sobre uma tendência cada vez mais forte dentro dos movimentos sociais. Desde já declaramos que o movimento operário, assim como os novos movimentos sociais influenciados ideologicamente 1 pelas várias correntes do socialismo, são tão machistas e racistas como o restante da sociedade em que atuam, isso quando não usam de argumentos “socialistas” pra justificar o seu masculinismo e supremacismo branco com apelos à “unidade da classe”, “luta contra o 'verdadeiro' inimigo” etc. Porém, o nosso objetivo é argumentar que os vários elementos ideológicos pós-modernos (lugar de fala), culturalistas (apropriação cultural) ou formalistas ( teoria do privilégio ) difundidos através da internet tentam combater as concepções erradas com outras tão ruins quanto ou até piores. No final, vamos tentar propor formas de combate ao masculinismo e à supremacia branca na esquerda