Terminei ontem. É lindo. A Leslie Feinberg tinha umas posições políticas complicadas*, e isso ajudou até a enriquecer o livro, porque isso aqui é um exemplo de realismo socialista, o melhor que eu já vi, junto com Capitães de Areia. É o primeiro livro dela, mas ela raramente força a mão e não cai na tentação de dar um final feliz. Descrição linda dos bares dos anos 60, com a cultura de butch e femme (que aqui no Brasil foi bem mais rara), o trabalho como operária e o sindicalismo, depois a crise de 73 que tem consequências pessoais pesadas. Conta a história da transição de gênero de uma forma muito honesta, inclusive a destransição, que hoje eu tenho certeza que não seria mais aceita pra publicação. A parte antes da Jess ir pra Nova Iorque é poesia pura, uma das melhores descrições da solidão que eu vi na literatura. Uma obra prima mesmo, que dá pra comparar com o Jean Genet, pra pegar outro escritor que escreveu sobre a experiência de ser homossexual. Ela se definia como lé...