Ludwig Meidner, Paisagem Apocalíptica , 1913 Nietzsche, que compreendeu a decadência mais agudamente do que qualquer outro, reconheceu no niilismo um de seus traços essenciais. Anunciou a "preamar do niilismo": "Toda a nossa cultura europeia tem evoluído, desde algum tempo passado, sob o peso de uma tensão torturada, que aumenta de década para década, caminhando em direção de qualquer coisa como uma catástrofe: incansável, violenta, precipitadamente..." E eis como ele descreve o tempo em que fomos "jogados" (esta ideia de sermos "jogados" no nosso tempo viria a se tornar um dos temas do existencialismo): ...uma época de decadência interior e grande desintegração. (...) O niilismo radical traduz a convicção de que a existência é absolutamente insuportável. (...) O niilismo é um estado patológico intermediário (o colossal exagero, a conclusão de que não há sentido algum nas coisas é puramente patológica): quer no caso das forças não se ach...